

TERAPIA REGRESSIVA
“Não voltamos à experiências passadas e vidas passadas, mas ao passado retido, que carregamos agora.” Hans Tendam
A terapia regressiva procura ir à origem do problema do paciente, seja ele do tempo desta vida, da vida intra-uterina, duma vida passada ou do tempo entre vidas. Na Terapia Regressiva trabalha-se com os chamados “estados alterados de consciência”, embora o paciente esteja consciente durante o tratamento. Se aceitarmos que alguns dos nossos sofrimentos e conflitos actuais são consequência das nossas acções do passado, ao revivermos o passado descarregamos as emoções que nos ligam a esses momentos, ressignificando e libertando-se desses condicionalismos e encontrando os meios para a integração e equilíbrio de todas as experiências.
Utilizando memórias inconscientes e fisicas de factos passados para solucionar problemas e dificuldades que se manifestam no momento presente, a Regressão apresenta-se como ferramenta de precisão cirurgica no caminho do auto-conhecimento e equilibrio da vida no presente.
Durante a regressão, o paciente encontra-se num estado alterado de consciência e totalmente focado na sua experiência, mas continua consciente, lembrando-se de tudo o que ocorre durante a sua experiência.
A hipnose, conduzida até estágios mais profundos, é utilizada em casos específicos. Na maioria das vezes a regressão dá-se rapidamente através do foco numa emoção que provoca um ou mais sintomas fisicos. Há tantas formas de regredir como pessoas e cada caso é um caso único. Há pessoas que visualizam claramente enquanto que outras constroem as imagens com base em sensações ou em pensamentos que surgem durante o processo. Para algumas é necessário o relaxamento enquanto que para outras resulta melhor a intensificação da tensão. O terapeuta deve ter a sensibilidade para conduzir cada processo de acordo com as caracteristicas de cada pessoa.
O uso das técnicas indutivas permite que o paciente mantenha-se plenamente consciente durante a regressão. Este estado de plena consciência ajuda, e muito, a atingir a cura. Muitas vezes o passado continua a projectar-se no presente produzindo sofrimento e dificuldades. Nestes casos, o motivo para recordar e reviver o passado é justamente conseguir com que o mesmo deixe de actuar negativamente na vida da pessoa, o que implica consciência cognitiva.
No processo terapêutico, a recordação e revivência do passado são o primeiro momento. O segundo momento é ajudar a mente a ressignificar a experiência e a reorganizar-se. É com esta ressignificação e reorganização que conseguimos atingir os resultados positivos.
O espaço entre vidas é o período entre duas vidas. Ou seja, é o período em que estamos no mundo espiritual. É possível, durante a regressão, “recuperar” memórias deste período. Normalmente, procura-se nesta fase encontrar memórias relacionadas ao planeamento da vida atual. Há uma grande discussão sobre se estas memórias de vidas passadas e entre vidas são reais ou construidas, no entanto, o que interessa é que elas existem e podem de facto ajudar na resolução dos problemas, bloqueios e padrões que se manifestam no momento presente.
Muitos casos de dor respondem muito bem ao tratamento com terapia regressiva. Note-se, contudo, que o despiste médico e de hábitos de vida é sempre necessário. A terapia regressiva é uma terapia complementar que não substitui nunca a medicina convencional.
Um dos medos comuns é o não voltar da regressão ou sofrer novamente o trauma do passado. O termo regressão é uma forma de dizer que contactamos memórias antigas. São elas (as memórias) que vêm até a consciência e ficam à disposição para o trabalho terapêutico. A consciência é mantida plena e activa. Há várias formas de o fazer de forma protegida e mantendo um distanciamento de observador, e mesmo revivendo a experiência o terapeuta estará presente para assegurar que se dá a ressignificação tão importante para a libertação emocional. Portanto, não existe qualquer risco. Na regressão não somos nós que vamos até o "passado", é o "passado" que vem até nós.
A terapia regressiva pode ajudar pacientes que sofrem de pânico, medos, compulsão alimentar, vícios, ansiedade e muitas outras patologias. Na primeira consulta, o terapeuta realiza um diagnóstico através do qual irá determinar se a Terapia Regressiva é indicada para o tratamento de problema apresentado.
Qualquer pessoa pode fazer terapia regressiva. Existem, porém, pacientes que exigem cuidados especiais: hipertensos, grávidas, doentes cardíacos, psicóticos e alguns outros. Nestes casos cabe ao terapeuta avaliar a conveniência ou não de realizar o processo de regressão, assim como selecionar as técnicas mais adequadas para tratar o paciente. Outras técnicas podem ser usadas caso o diagnóstico não recomende o uso da regressão.
Os grandes nomes da Terapia Regressiva são:
- Morris Netherton - psicólogo norte-americano
- Roger Woolger - psicólogo inglês
- Edith Fiore - psicóloga norte-americana
- Trisha Caetano . psicóloga norte-amenricana
- Hans Tendam - psicólogo holandês
Morris Netherton desenvolveu a metodologia básica da Terapia nos anos 60/70. O seu trabalho, que continua até hoje, é reconhecido em todo o mundo. Antes dele existiam pesquisas sobre memórias de vidas passadas e tentativas de utilizar essas memórias terapeuticamente mas foi com base nas pesquisas de Netherton que foi possível criar um processo terapêutico que envolvesse o conhecimento destas memórias.
Hans Tendam é um dos pioneiros no campo da Terapia de Vida Passada, aprofundando a teoria e as técnicas da TVP, e apresentando uma proposta metodológica própria e inovadora.
A base teórica de Tendam, é Alfred Adler, principalmente para postulados de caráter. Tendam diz que está mais próximo de Adler do que de Freud e Jung. Acredita que as noções de autoafirmação, desejo de poder e sentimentos de superioridade e inferioridade dão mais suporte à TVP. Tendam também dá bastante valor ao contrato terapêutico.
Ao contrário de outros autores, Tendam valoriza as fases intrauterina e o entrevidas, ou período de intermissão, ou seja, o tempo e a condição que a alma permanece após a morte e antes do nascimento. Segundo Tendam, o objetivo da TVP é a catarse como forma de limpeza, libertação e purificação.
Tendam ainda enfatiza que os terapeutas de regressão de forma geral não valorizam excessivamente o passado, mas procuram encontrar “o passado que carregamos conosco agora” (…) “Não voltamos à experiências passadas e vidas passadas, mas ao passado retido, que carregamos agora.”
"Regressão é descobrir e reviver experiências anteriores que causam perturbações e sintomas na vida presente. Os terapeutas de regressão usam a rememoração e a revivificação para chegar a experiências esquecidas, ignoradas ou reprimidas que estão associadas à perturbação de cada indivíduo, mas também para reactivar sentimentos positivos, experiências positivas esquecidas e talentos latentes.
Essas experiências esquecidas podem conter feridas emocionais que nunca foram curadas ou que desencadeiam convicções semiconscientes persistentes.
Tais programas ("traços de carácter") só mudam quando o indivíduo entende como eles foram causados e porque se mantém ligados a eles.Encontrar e reviver experiências não digeridas desbloqueia emoções e traz "insights" (perspectivas) sobre como as queixas presentes têm as suas raízes nessas experiências.
Cada indivíduo pode experimentar o nascimento ou o tempo pré-natal no útero. Pode ouvir o que as pessoas lhe gritavam quando jaziam inconscientes no chão. E muitos experimentam o que parecem ser vidas passadas. Outros seguem os seus problemas até à influência de familiares falecidos ou de outras presenças.
Sessões com as mães podem curar bebés e as experiências espirituais não são incomuns.
A terapia de regressão é, claramente, psicoterapia transpessoal."
in EARTH - Earth Association for Regression Therapy (www.earth-association.org)
A primeira sessão de Terapia Regressiva tem uma duração de cerca de 2 a 3 horas.
© Cristina Fernandes